sábado, 26 de maio de 2012

Ela tinha mesmo uma inclinação para os roteiros dramáticos e que sempre fugiam dos finais felizes. E a realidade veio impiedosa e mais uma vez dramática, e mesmo não querendo ouvir as vozes que gritavam dentro de si, teve de admitir, ela não se amava! E por não se amar, criou mecanismo de auto-flagelação. Ela não aceitava o que o espelho lhe mostrava, se comparava as milhares de mulheres maravilhosamente lindas que encontrava pelas ruas e se sentia pequena, bem pequena.
Conseguiu com muitas lagrimas e algum esforço alcançar certos objetivos que pareciam distantes, e quando os teve na mão, simplesmente não soube o que fazer com eles. Se sentia perdida e só, como um soldado que mesmo indo ao campo, perde a batalha. 
Certa vez, em  uma conversa com sua mãe, falava sorridente e cheia de orgulho de como as pessoas a queriam bem e gostavam dela, e sua mãe enfática a respondeu: “É pra compensar minha filha, porque você gosta pouco de você”. Aquelas palavras soaram como uma bomba e a trouxeram a vida real. Agora a realidade que antes era apenas pensamentos soltos em sua cabeça, passava a tomar forma e não tinha mais como fugir dela. 
E ainda assim ela continuou, seguindo, andando, vivendo um dia depois do outro sem se preocupar muito com os sonhos, os planos, as conquista, perdida como ela só, ela só queria ir. Pra onde? Nem ela sabia!         
E agora ela quer se encontrar, ela quer ser. Quer ser amada, quer ser ela, do jeitinho que ela for. E junto com essa certeza de querer, chega a de que não vai ser fácil, afinal, ela nunca soube ser assim, se acostumou com o velho enredo com frases batidas, amores pela metade e uma dorzinha que chegava a tirar sua respiração e lhe trazia uma sensação de queda. Ela quer agora criar um novo tema, remover os vilões e esquecer o inimaginável. Ela agora só quer refazer os sonhos, traças as metas e ir a luta. Afinal, não é isso que os fortes fazem? E como nunca, ela só queria ser forte!

Nenhum comentário:

Postar um comentário